terça-feira, 28 de setembro de 2010

FICHAMENTO LIVRO -Alfabetização e Letramento

FICHAMENTO DO LIVRO ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DE MAGDA SOARES
SOARES, Magda.
Alfabetização e Letramento/ Magda Soares. 6.ed. São Paulo: CONTEXTO 2010

A AUTORA
Magda Soares, graduada em Letras e doutora e livre-docente em Educação pela Universidade de Minas Gerais (UFMG), é professora titular emérita da faculdade de Educação dessa Universidade, pesquisadora do centro de Alfabetização, Leitura e Escrita-CEALE-dessa Faculdade, autora de diversos livros e artigos sobre ensino de Português ( alfabetização, letramento, leitura e produção textual), e de coleções didáticas para o ensino de Português no nível fundamental.
Foi publicado pela Editora Contexto em 2010, o livro Alfabetização e Letramento de autoria de Magda Soares, onde a mesma propõe releituras de artigos sobre os temas de alfabetização e letramento publicados ao longo período de 13 anos- de 1985à 1998. O neologismo releituras segundo a autora, pretende mostrar não leituras repetidas desses artigos já anteriormente publicados, mas leituras renovadas tanto para quem os escreveu como para quem os lêem com um olhar voltado para o presente.
A obra apresenta três partes bem distinta.
Na primeira parte, a autora aborda o conceito de alfabetização sob diferentes perspectivas teóricas, no qual em seus artigos discute concepções de Alfabetização e Letramento e chama atenção para a complexidade do conceito de alfabetização e letramento, direcionando para a necessidade de ser abordado e compreendido de maneira multidisciplinar.
Na segunda parte, reúne artigos voltados para uma reflexão crítica sobre a prática de alfabetização e letramento, desvelando a função politicamente distorcida dos programas de acesso à leitura e à escrita. Questiona a separação entre o processo da alfabetização e a conquista da cidadania e, por fim, explicita o abismo entre o discurso oficial da escola e o das crianças pertencentes às camadas populares, denunciando, por meio de textos baseados em estudos e pesquisas do desenvolvimento de habilidades textuais em crianças de diferentes classes sociais o processo de aprendizagem de uma escrita que nega o direito de usá-la para dizer sua própria palavra.
A terceira parte da obra a autora apresenta apenas um artigo onde faz a integração entre concepções e práticas de letramento. Relembrando e reafirmando a importante contribuição da teoria pedagógica de Paulo Freire à educação e a alfabetização.
A autora coloca ao lado de cada texto, um para texto contendo comentários que mostram a releitura que a autora faz no presente, informando ao leitor quando e onde foi publicado originalmente e aponta suas relações com outros textos da coletânea.
As temáticas abordadas na obra trazem informações relacionadas ao processo de apresentação da linguagem escrita indicada a todos os educadores considerando que no contexto atual os conceitos e fatos abordados ao longo dos textos são de grande importância para debates e discussões nos dias atuais.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

LETRAMENTO VOLTADO AS PRÁTICAS SOCIAIS DE ESCRITA

LETRAMENTO VOLTADO PARA AS PRÁTICAS SOCIAIS


Ao iniciar o estágio com a turma se 2º ano do Ensino Fundamental, a escrita partiu do método sintético, trabalhando com fragmentos da língua, iniciando o processo de alfabetização com um tema gerador programado para dez dias ou quinze dias.
Já quase na metade do estágio é que percebi que alfabetizar letrando não poderia ser da maneira que eu aprendi e como estava acostumado trabalhar e foi então que decidi a dar início à metodologia de Projetos de Aprendizagens e então me permitir a inovar.
Procurei atender essa demanda em minha turma de estágio experienciando situações que envolveram as diferentes linguagens de forma crítica, respeitando a heterogeneidade, as diferenças e necessidades individuais e principalmente considerando o erro, na elaboração da escrita, como parte do processo na construção textual dos alunos.
Confesso que não foi uma tarefa fácil, os desafios foram muitos, a começar pela família que não estava acostumada a ver as crianças falar em ter que pesquisar e buscar algo sem saber ler e escrever sendo necessário muito diálogo e também afirmar que o desconhecido era um método onde crianças iriam aprender mais e garantir que no final seus filhos iriam sair lendo e escrevendo.
Os alunos de certa forma também demonstraram certa resistência no início, pois não estavam acostumados a trabalharem desta maneira até que com muita determinação pode-se fazer um trabalho que despertassem neles a auto confiança e a buscar autonomia e assim começaram a tomar iniciativa.
Durante os PAS, os alunos aprenderam a representar, estabelecendo relações com o contexto, formularam hipóteses e muitos erros serviram para que eles avançassem para entender o sistema de representação da escrita e não apenas como um código isolado.
Podem-se constatar suas aprendizagens durante o desenvolvimento das pesquisas durante as trocas de informações e em suas produções escritas nos blogs criados por eles.
Para SOARES (1998,2004) a aquisição da leitura e escrita é mais que um simples processo mecânico, é ir além da codificação e decodificação.
É necessário alfabetizar letrando para que o aluno possa usufruir com competência desses saberes no seu dia a dia.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PROJETOS DE APRENDIZAGENS- ENSINO POR PROJETOS-PESAGOGIA SE PROJETOS

PEDAGOGIA DE PROJETOS-ENSINO POR PROJETOS E PROJETOS DE APRENDIZAGENS

Retornado a interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, enfoque 6 - Pedagogia de Projetos no qual teríamos que responder as seguintes questões:
1- Destaque aspectos positivos e desafiadores do trabalho por projetos.
2- Você identifica diferenças e/semelhanças entre Pedagogia de projetos na Educação Infantil e nos anos iniciais? Quais?

O método de projetos, segundo HERNANDES, MONTSERRAT se propõe a transformar as atitudes dos alunos durante o ensino. O aluno deve converter-se em um ser ativo que concebe, prepara e executa o próprio trabalho. A tarefa do professor consiste em dirigi-lo, sugerir-lhe idéias úteis e auxilia-los quando necessário.
Passado meio século, volta-se a falar hoje de projetos, contudo ressignificados, numa perspectiva curricular crítica, que inclui o contexto social onde o aluno está inserido.
Para o autor, a essência da tarefa de educar encontra-se em tornar os conhecimentos científicos compreensíveis para a consciência da criança, em dar-lhes forma de experiência viva e pessoal.
A concepção de Projetos parte do princípio de que a aprendizagem não é fruto apenas de uma acumulação de novos conhecimentos aos esquemas de compreensão dos estudantes e sim de uma reestruturação desses esquemas, a partir do estabelecimento de relações entre os conhecimentos que já possuem e os novos conhecimentos com os quais se defrontam. O que se pretende é que os alunos consigam ir aprendendo a organizar seus próprios conhecimentos e estabelecer relações, utilizando-se dos novos conhecimentos para enfrentar novos problemas e atuar no mundo. (HERNANDEZ; MONTSSERRAT, 1998).
A partir disso, podemos apontar que os projetos são um dos modos de organizarmos o ato educativo de forma globalizada e que a pesquisa da realidade escolar, a participação do aluno e professor é fundamental. Por isso para HERMANDEZ (1998), os Projetos, denominados pelo autor de Projetos de Trabalho, podem ser caracterizados:
-Parte de um tema ou de um problema negociado com a turma.
-Inicia-se um processo de pesquisa.
-Buscam-se e selecionam-se fontes de informação.
-Recolhem-se novas dúvidas e perguntas.
-Estabelecem-se critérios de ordenação e de interpretação das fontes.
-Estabelecem-se relações com outros problemas.
- Representa-se o processo de elaboração do conhecimento que foi seguido.
Recapitula-se (avalia-se) o que se aprendeu. Conecta-se com um novo tema ou problema.
Cabe-se ressaltar que os Projetos não tem um esquema único. Nem sempre os Projetos tem a mesma estrutura, pois este dependerá do tipo de problema que está sendo proposto.
A denominação Projetos de Trabalho refere-se a duas questões: primeiro “projeto”, para Hernandez, implica num processo não acabado, em que um tema, uma proposta, esboça-se, refaz-se se relaciona, explora-se e se realiza.
A noção de “trabalho” provém de Dewey e Freinet e de sua idéia de conectar a escola com o mundo fora dela. Ambos os conceitos colocam o aluno e o docente na busca da rede de interações que conecta o gênero humano consegue e o resto da biosfera. (HERNANDEZ, 1998).
Durante as leituras sugeridas pela interdisciplina de Didática, muitas dúvidas surgiram durante a realização desta atividade. Enquanto fazíamos o PA no Seminário Integrador já podíamos perceber as diferenças do método de Projetos segundo os autores citados com os PAS que estávamos realizando e principalmente com Ensino por Projetos onde o tema é de autoria da coordenação pedagógica, professores, satisfazendo a seqüência de conteúdos do currículo escolar, as regras são impostas pelo sistema e o paradigma é transmitir conhecimento e o professor é o agente.
O trabalho com PAS, nos levou a encontrar a possibilidade de levar o aluno a construir o conhecimento, onde ele é o agente do processo de Aprendizagem. Os alunos como agentes, levantam suas certezas provisórias e suas dúvidas temporárias. Durante a pesquisa, da indagação, da investigação, na troca de informações, muitas certezas transformam-se em dúvidas e muitas dúvidas tornam-se certezas.
O tema do Projeto parte da curiosidade dos alunos, individual ou cooperativo. O contexto surge da realidade do aluno onde o mesmo irá satisfazer suas curiosidades, seus desejos, suas vontades.
O projeto vai criando corpo, estrutura conforme vai se desenvolvendo, não há uma norma ou um esqueleto que determina a direção que o mesmo deve seguir.
As regras do Projeto vão surgindo de acordo com as necessidades e definidas pelo grupo. O professor assume o papel de orientador e problematizador, aquele que instiga a curiosidade dos alunos.
Chegando ao término do curso de pedagogia é que pude de fato compreender os modelos de ensino por projetos citados nesta reflexão.




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sábado, 11 de setembro de 2010

MODELOS DE LETRAMENTO

PRÁTICA DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE NO CONTEXTO SOCIAL.

Relendo o texto, MODELOS DE LETRAMENTO E AS PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA, (Kleimam, 2006), compreende-se que a autora afirma que a escola sendo a mais importante agência de letramento, não se preocupa com o letramento social e sim apenas com um tipo de letramento, o escolar.
Os eventos de letramento acontecem nos mais diversos espaços sociais nos quais se realizam práticas discursivas letradas, que demandam qualquer nível de familiaridade com a escrita.. Assim a escola é uma das agências de letramento, aquela à qual se atribui o papel de “Introduzir formalmente os sujeitos no mundo da escrita”. Entretanto, Kleiman (1995c, p.20) destaca que a escola “preocupa-se não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos, o que leva a escola a alcançar sua promoção”.
Como há diferentes concepções de letramento sustentado as práticas de uso da escrita na escola, Kleiman apresenta as duas concepções postuladas por Street (1984) denominados: Modelo Autônomo e Modelo ideológico.
O Modelo Autônomo, predominantemente em nossa sociedade parte do princípio de que, independente do contexto de produção, a língua tem uma autonomia, que só pode ser aprendida por um único processo, normalmente associado ao sucesso e desenvolvimento próprios de grupos mais civilizados.
A escola tradicional sempre pautou o ensino pela progressão ordenada de conhecimento: aprender a falar a língua dominante, assimilar as normas ao sistema de escrita para um dia fazer uso desse sistema em formas de manifestações previsíveis e valorizadas pela sociedade. Em síntese, uma prática reducionista e autoritária; uma metodologia etnocêntrica que pela desconsideração do aluno mais se presta o quadro do fracasso escolar.
O Modelo Ideológico admite a pluralidade das práticas letradas, valorizando o seu significado cultural e contexto de produção, rompendo definitivamente com a divisão entre o “momento de aprender” e o “momento de fazer uso da aprendizagem”; os estudos lingüísticos propõem entre “descobrir a escrita” (compreensão das regras e modos de funcionamento) e “usar a escrita” (cultivo de suas práticas a partir de um referencial culturalmente significativo para o sujeito).
O letratamento e alfabetização, segundo alguns autores: Kleiman,1995; Freire,1980; Oliveira, 1994; Heath,1982,1983; Matencio, 1994;Gee,1990; Street,1984, não mais enfocam o letramento como fenômeno social e a construção da escrita como fenômenos universais, responsáveis pelo progresso, a civilização, o acesso ao conhecimento.
As práticas escolares passam então a ser apenas um tipo de prática social de letramento, que embora continue sendo um tipo dominante desenvolvendo apenas algumas capacidades.
As escolas tal como a conhecem é fruto de uma história bastante longa de letramento e cultura da escrita, assumindo o papel de transferir à população a “tecnologia” letrada, ou seja, a escrita alfabética, tornando-se difícil desfazer essa ideologia em curto prazo de tempo.

Alfabetização- Disciplina de Didática

ALFABETIZAÇÃO-Disciplina de didática, Planejamento e Avaliação.

Rebuscando o texto de ALFABETIZAÇÃO E A PEDAGOGIA DE EMPODERAMENTO POLÍTICO de Henri A Giroux estudados na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação onde o Mestre Paulo Freire trata do conceito de Alfabetização com muita convicção, salientando a emancipação do indivíduo e não como uma forma mecânica de decifrar código totalmente descontextualizado.
Nas obras de Freire fica tudo muito claro a não necessidade de metodologias específicas, mas considerar o contexto do indivíduo para que a alfabetização aconteça.
Portanto a alfabetização deve possibilitar no indivíduo a capacidade de ver o mundo com espírito crítico, saber argumentar tirar suas próprias conclusões e perceber que a sociedade é um processo em constante transformação.
O papel da educação é formar cidadãos capazes de exercer sua autonomia.
Freire aponta o diálogo como condição fundamental no processo de alfabetização, pois são através das falas dos alunos que se podem perceber suas expressões culturais.
O autor no texto coloca que “o pedagógico torne-se mais político e o político mais pedagógico o mesmo trata da alfabetização e da pedagogia para o empoderamento. Segundo professora Anézia,” o sentido do poder é essencialmente social, pois uma pessoa se fortalece quando o seu ser social supera o ser individual. Isso se torna possível quando o homem tiver reconhecido e organizado suas próprias forças como forças sociais de tal modo que a força social não mais se separe dele na forma política, assim a emancipação humana será possível, ela se dá por meio da transformação da sociedade que oprime.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

tecendo conceitos

1 aLFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Pensar em Alfabetização e letramento é remeter-se a diversas fronteiras as quais se delineiam conceitos recentes que chega ao Brasil na década de 80 de acordo com Soares (2004). Na visão da autora acima citada a invenção do letramento surge a partir da necessidade “de reconhecer e nomear práticas sociais de leitura e de escrita mais avançadas e complexas que as práticas do ler e escrever resultantes da aprendizagem do sistema de escrita’’(2004, p. 6).
Alfabetizar é permitir o acesso ao mundo da leitura e da escrita, dando condições ao sujeito de ser capaz de ler e escrever, decodificar e codificar, bem como fazer uso adequado da linguagem escrita conforme menciona Soares:

Alfabetização é dar acesso ao mundo da leitura. Alfabetizar é dar condições para que o indivíduo-criança ou adulto - tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não só de ler e escrever, enquanto habilidades de decodificação e codificação do sistema da escrita, mas, e, sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita com todas as funções que ela tem em nossa sociedade e também como instrumento na luta pela conquista da cidadania plena, (1998, p.33).

Fazer o uso da leitura e da escrita, isto é aprender a ler e a escrever levam os sujeitos a vários aspectos, sendo o social, cultural, cognitivo, lingüístico entre outros, transformando a vida do sujeito. Segundo Freire (1983, p.49) “alfabetizar-se é adquirir uma língua escrita através de um processo de construção do conhecimento com uma visão crítica da realidade”.


1.1 aLFABETIZAÇÃO E SUA FUNÇÃO SOCIAL








2 aSPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
2.1 TIPO DE ESTUDO
Esta pesquisa caracterizou-se em bibliográfica, descritiva, qualitativa. Para André e Lüdke (1986), é descritiva por se mostrar materiais ricos em descrições, de pessoas, de situações, depoimentos, acontecimentos, citações para fins de afirmação. É descritiva de acordo com Triviños (1987) pela descrição do fenômeno pesquisado, mas também pela explicação e compreensão de sua totalidade.
A pesquisa qualitativa, conforme André e Lüdke (1986), supõe o contato direto e prolongado com o ambiente e a situação investigada, através de intensivo trabalho de campo.
2.2 População e Amostra
Esta pesquisa realizou-se a partir dos sujeitos pesquisados da Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda, localizada no município de Torres – RS, sendo com vinte (20) estudantes de 2º ano da Turma 212 do Ensino Fundamental, turno da tarde. Esta turma é composta por nove (9) meninas e onze (11) meninos.
A Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda foi fundada em 1959, se encontra localizada no centro da cidade de Torres, Rua Almirante Barroso nro. 200, próximo a Praça da Igreja Matriz Santa Luzia e a três quadras da praia grande.
No que refere-se ao espaço físico, a escola é considerada de grande porte, o prédio é próprio da instituição e está em bom estado de conservação e limpeza de suas dependências. Possui quadra de esporte ao ar livre, onde acontece, além das aulas de educação física, eventos e projetos da escola. A biblioteca conta com acervo bibliográfico considerado adequado ao atendimento da comunidade escolar.
A escola possui 25 salas de aula, sala de reforço, sala de recursos, sala para supervisão e orientação escolar, vice-direção, direção, secretaria ampla, auditório, laboratório de ciências, refeitório, cozinha e banheiros. O laboratório de informática está em processo de organização sem prazo definido para funcionamento, pois os computadores que existiam estão totalmente sem condições de uso.
Atualmente a escola atende a 1.121 alunos no total das várias mondalidades. No ensino Médio (EJA) são 143 alunos; Ensino Médio regular, 294 alunos; Ensino Fundamental - 9anos 148 alunos; Ensino Fundamental – 8 anos, 523 alunos; Educação para surdo nível Ensino médio, 13 alunos.
O quadro docente é composto por 75 professores. E o de funcionários são; 4 secretários; 3 monitoras; 5 serventes; 4 merendeiras. Responde pela direção da escola a professora Rita de Cássia, vice direção do turno da tarde a professora Cleusa Munari, pelo turno da manhã a professora Lisiane e do turno da noite a professora Carla Trindade.
O critério utilizado para esta escolha foi devido ao fato de ser a pesquisadora a professora desta turma e estar sempre presente no ambiente escolar e assim percebendo que deveria inovar a sua prática, começando com seus alunos em sala de aula, desta forma a amostra foi simples e intencional. Uma amostra intencional consiste em identificar e selecionar uma amostra que possibilite a obtenção de informações necessárias ao desenvolvimento da pesquisa, sendo que os sujeitos que participaram da prática foram selecionados em função de serem alunos da pesquisadora, indicando ser desnecessário colocar mais sujeitos.

5.3 Coleta de dados
Durante a pesquisa foi utilizado os seguintes instrumentos: primeiramente observações seguidas de atividades práticas. As observações aconteceram no decorrer das aulas, em um período de 180 horas. Segundo André (2001, p. 37-38), o “observador não pretende comprovar teorias nem fazer ‘grandes’ generalizações.” Salienta ainda o mesmo que, “o que busca, sim, é descrever a situação, compreendê-la, revelar os seus múltiplos significados, deixando que o leitor decida se as interpretações podem ou não ser generalizáveis, com base em sua sustentação teórica e sua plausibilidade”.
As práticas começaram no dia 12 de abril do corrente ano, com a intenção de aplicar a metodologia de Projetos de Aprendizagens.


3 apresentação, análise e discussão dos dados
Esta fase de pesquisa tem por objetivo apresentar, analisar e discutir os dados coletados a partir de (20) estudantes de 2º ano da Turma 212 do Ensino Fundamental, turno da tarde. Esta turma é composta por nove (9) meninas e onze (11) meninos da Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda, localizada no município de Torres – RS, sobre o tema de pesquisa ensinar e aprender com projetos de aprendizagens.
3.1 Trabalhando com projetos de aprendizagens
Partindo das curiosidades dos alunos, permite que eles aprendam de forma interdisciplinar, os diversos conteúdos do interesse dos alunos aparecem naturalmente, onde professor somente guia, dirige, orienta, abre alas para os alunos irem em frente, professor e alunos aprendem juntos.
Com essa proposta pude trabalhar sem fronteiras. Um grupo pode estar apenas nas dúvidas e certezas provisórias enquanto o outro avançando disparada mente.
Durante o desenvolvimento do PA aconteceram mudanças importantes, muitas outras dúvidas surgiram e novas buscas aconteciam.
5.1.1 Primeira Trilha
Para aguçar a curiosidade dos alunos foram colocadas várias revistas “Ciências” para que eles selecionassem algo que achassem interessante para conversar com os colegas do grupo, não demorou muito tempo para que os estudantes buscassem a liberdade nos manuseios das devidas revistas. Passaram algum tempo folhando as revistas, alguns já dominam a leitura outros liam as imagens, enfim todos ficaram envolvidos com a atividade.
Enquanto os alunos trocavam idéias, foi colocada uma caixa onde estava escrito “Baú das curiosidades”, o que chamou a atenção da turma. A curiosidade foi tanta que eles queriam saber o que tinha dentro do tal Baú das curiosidades. E assim começou a conversa sobre projetos de aprendizagens. A professora pesquisadora falou que dentro do Baú deveriam ir todas as perguntas curiosas que eles gostariam de fazer para depois todos começarem um trabalho muito interessante sobre elas. Os alunos comentaram oralmente sobre as perguntas encontradas nas revistas, outros fizeram perguntas viáveis e outras muito difíceis, entre elas como surgiu à vida na terra, como apareceu o sol e a lua, por que a água do mar é salgada? Após foi pedido a eles que escrevessem suas perguntas e colocassem dentro do baú das curiosidades. Não era esperado que surgissem tantas perguntas escritas por eles, mas cada um foi escrevendo sua pergunta, e ao mesmo tempo criando hipóteses sobre a escrita, procurando junto aos colegas e a professora as letras que faltavam para escrever o que queriam.
Durante a elaboração das perguntas foram feitas várias observações sobre o emprego da letra maiúscula no início da frase e o ponto de interrogação no final da pergunta. Durante o PA, foi possível desenvolver os conteúdos do plano de curso da série, os mesmos vão surgindo espontaneamente e os alunos descobrem a necessidade do emprego e dão sentido ao trabalho que estão realizando.
5.1.2 Apresentação das primeiras aulas com projetos de aprendizagens
Em primeiro (1) de junho de 2010 a aula foi iniciada com todos os alunos sentados no piso em cima de um tapete organizadamente em círculo. A atividade proposta era observar as gravuras, sendo que uma mostrava um menino que escolhera as plantas como tema de estudo, outra uma menina cuidando dos animais e reconhece bem as funções de um veterinário e outra um menino que se encanta ao explorar a astronomia. (gravuras retiradas da revista Nova Escola janeiro/fevereiro de 2006, pág.51 e 53). Após os alunos passaram a relatar o que liam nas gravuras, já que estavam todos muito entusiasmados foi solicitado à turma se quisessem fazer mais algumas perguntas para acrescentar no baú poderiam fazê-lo.
Surgiram muitas outras questões que foram colocadas no Baú. A seguir foram abrindo cada uma e eles colando as mesmas uma a uma no painel coletivo que deram o nome de “Nossas Dúvidas” e depois leram oralmente cada uma e os grupos fizeram suas escolhas que ficaram assim distribuídas:
Grupo Força G; Rafael, Ilan, Pietra, Marlon, Cristiano e Hendrick com a pergunta: Desde quando que acontece a copa do mundo?
Grupo Rolinha; Ana, Gisele, Débora, William, Weslei e Monique com a pergunta: Quando começou a primeira copa do mundo?
Grupo Beija-Flor; Eduarda, Rafael, Kaylane, Julia, Suelen, Maria Laura e Rafaela com a pergunta: De onde vem a gelatina?
Todos os alunos estavam entusiasmados para começar um trabalho sobre as perguntas escolhidas, porém dois grupos tinham a mesma opção, decidiram ficar distribuídos em grupos menores. Para tanto que esta aula teve seu objetivo alcançado, partindo do principio que os alunos apresentaram autonomia e entusiasmo na elaboração de perguntas através da linguagem oral e linguagem escrita, além de efetivas participações e colaborações junto ao seu grupo.
No dia seguinte, dia 2 de junho de 2010, após a rotina diária; oração espontânea e canção de boas vindas. Os alunos colocaram-se em forma de círculo todos sentados no tapete para conversar sobre o PA, sanar as dúvidas e ouvir quais são os passos que eles iriam tomar para buscarem o que eles queriam saber. Alguns alunos disseram que não sabiam onde buscar informações, outros já trouxeram várias anotações que pesquisaram na internet, outros encontraram na revista Nova Escola. Teve um aluno que trouxe vários folder com a tabela de jogos da copa do mundo, África do Sul 2010 e o grupo da gelatina trouxeram informações bastante ampla sobre o assunto. Todo o material foi colocado dentro do blog do grupo que eles mesmos criaram no decorrer desta aula.
Todos os alunos contribuíram com suas descobertas no trabalho coletivo. Foi observado que eles aprenderam a ouvir o colega e respeitar as normas de convivência, além de ler e escrever novas palavras, frases e textos de acordo com seu nível durante as pesquisas realizadas.