quarta-feira, 21 de julho de 2010

RELATORIO ESTAGIO 2010

PÓLO DE TRÊS CACHOEIRAS







RELATÓRIO DO ESTÁGIO

ELAINE FATIMA SERENA LAZZAROTTO

Marie Jane Soares Carvalho
Supervisor (a) do Estágio
Juliana Machado
Tutor (a) do Estágio









Julho/2010
SUMÁRIO




CONSIDERAÇÕES INICIAIS 04

1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO BÁSICA
05
2. SÍNTESES DO PROJETO DE ESTÁGIO 06
3. RELATO REFLEXIVO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 08
3.1. MINHAS CERTEZAS E DÚVIDAS TEMPORÁRIAS 08
3.2. REINICIANDO OS PAS 08
3.3. PRIMEIRA TRILHA 09
3.4 APRESENTAÇÃO DAS PRIMEIRAS AULAS COM PROJETOS DE APRENDIZAGENS. 10
4. RELATO-SÍNTESE DOS PROJETOS/ATIVIDADES/TEMÁTICAS 12
4.1. ATUAÇÃO DOS ALUNOS DURENTE O DESENVOLVIMENTO DO PAS 13
4.2. APRENDIZAGENS DA PROFESSORA-ALUNA 14

CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

SONHOS PARA O FUTURO 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19









“Não cobiço nem disputo os teus olhos
Não estou nem sequer à espera que me deixes ver através dos teus olhos
Nem sei tampouco se quero ver o que vêem os teus olhos
Nada do que possas ver me levará a ver e a pensar contigo
Se eu não for capaz de aprender a ver pelos meus olhos e a pensar comigo
Não me digas como se caminha e por onde é o caminho
Deixa-me simplesmente acompanhar-te quando eu quiser
Se o caminho dos teus passos estiver iluminado
Pelas mais cintilantes das estrelas que espreitam as noites e os dias
Mesmo que tu me percas e eu te perca
Algures na caminhada certamente nos encontraremos
Não me expliques como deverei ser
Quando um dia as circunstancia quiserem que eu me encontre
No espaço e no tempo de condições que tu entendes e dominas
Semeia-te como és e oferece-te simplesmente à colheita de todas as horas
Não me prendas as mãos
Não faças delas instrumento dócil de inspirações que ainda não vivi
Deixa-me arriscar o molde talvez incerto
Deixa-me arriscar o barro talvez impróprio
Na oficina onde ganham forma e paixão todos os sonhos que antecipam o futuro
E não me obrigues a ler livros que ainda não sou capaz de interrogar
Protege-me das incursões obrigatórias que sufocam o prazer e a descoberta e com silêncio (intimamente sábio) das tuas palavras e dos gestos
Ajuda-me serenamente a ler e a escrever a minha própria vida”

Rubem Alves







CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Estou concluindo o 8º semestre do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na modalidade à distância – pólo Três Cacgoeiras, resido no município de Torres - RS, na Rua Pará, nº. 293, centro.

Concluí o Ensino de 2º Grau com habilitação para o Magistério, outorgando-me o direito à docência de 1ª à 4ª série do Ensino de 1º grau. Ingressei no magistério público Municipal no ano 1976, onde trabalhei com classes multiseriadas, tendo que responder pela direção da escola, merenda para os alunos e inclusive a limpeza da mesma.

No ano de 1983 ingressei no Magistério Público Estadual através de concurso público com a carga horária de 20 horas semanais, no qual atingi um tempo de efetivo exercício no cargo de professor equivalente há 27 anos.

Atualmente estou lotada como professora na Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda no município de Torres, localizada na Rua Almirante Barroso, nº. 200, próximo a Igreja Matriz e da Praia Grande, uma das principais da cidade, ou seja bem no centro do município.

Atuo com uma turma de 2º ano, ensino fundamental de 9 anos, onde realizei as horas de estágio do curso.







1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO BÁSICA
Sabe-se que a escola é um espaço vivo, de profunda socialização, onde atuam pessoas com histórias diversas e culturas variadas, no qual a Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda, localizada no município de Torres - RS, fundada no ano de 1959, não difere das demais; encontram-se inseridos neste contexto alunos filhos de profissionais liberais, pequenos empresários, comerciantes e também filhos de catadores de material reciclável, operários de obras e de famílias inteiras desempregadas.

Para a escola o desafio é criar condições para manter o vínculo das crianças com a escola, possibilitando assim uma expectativa de um futuro melhor.

A Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda, está localizada numa área central da cidade de Torres, Rua Almirante Barroso, número 200, próximo a Praça da Igreja Matriz Santa Luzia e a três quadras da praia grande.

No que refere-se ao espaço físico, a escola é considerada de grande porte, o prédio é próprio da instituição e está em bom estado de conservação e limpeza de suas dependências. Possui quadra de esporte ao ar livre, onde acontece, além das aulas de educação física, eventos e projetos da escola. A biblioteca conta com acervo bibliográfico considerado adequado ao atendimento da comunidade escolar.

A escola possui 25 salas de aula, sala de reforço, sala de recursos, sala para supervisão e orientação escolar, vice-direção, direção, secretaria ampla, auditório, laboratório de ciências, refeitório, cozinha e banheiros. O laboratório de informática está em processo de organização sem prazo definido para funcionamento, pois os computadores que existiam estão totalmente sem condições de uso.
Atualmente a escola atende a 1.121 alunos no total das várias mondalidades. No ensino Médio (EJA) são 143 alunos; Ensino Médio regular, 294 alunos; Ensino Fundamental - 9anos 148 alunos; Ensino Fundamental – 8 anos, 523 alunos; Educação para surdo nível Ensino médio, 13 alunos.

O quadro docente é composto por 75 professores. E o de funcionários são; 4 secretários; 3 monitoras; 5 serventes; 4 merendeiras. Responde pela direção da escola a professora Rita de Cássia, vice direção do turno da tarde a professora Cleusa Munari, pelo turno da manhã a professora Lisiane e do turno da noite a professora Carla Trindade.



2. SÍNTESE DO PROJETO DE ESTÁGIO

A metodologia teórica que embasou o projeto de estágio foram as estudas nas interdisciplinas do curso de graduação em pedagogia , saliento aqui aqueles estudiosos da educação que me fizeram repensar o meu fazer pedagígico como Jean Piaget, Paulo Freire, Marie Jane Carvalho, Rosane Aragon de Nevado e Crediné Silva de Menezes.

O objetivo maior do meu estágio era aplicar o método de Projetos de Aprendizagens, que acredito que proporciona ao educando a vivência e a experiência, tornando a aprendizagem significativa, uma vez que considera o aluno o construtor da aprendizagem. Assim podemos apontar que os projetos são um dos modos de organizarmos o ato educativo de forma globalizada e que a pesquisa da realidade escolar, a participação do aluno e do professor é fundamental.
Sobre essa metodologia Nevado, Carvalho e Menezes, afirmam:
Entende-se que a possibilidade inovadora da proposta se viabilizará na medida do abandono, pelos docentes do Curso e pelos próprios alunos-professores, da idéia de “domínio” sobre seus respectivos campos de saber e sobre seus espaços próprios de atuação e na disponibilidade de cada um e de todos em compreender as perspectivas da inter-comunicabilidade dos saberes e atuar interdisciplinarmente.

Entendi que trabalhar o cotidiano infantil dentro de uma concepção tradicional de educação, onde as respostas são dadas prontas, sem reflexão e sem ação, sem discussão, sem um sentido, a prática pedagógica torna-se vazia, sem ampliar o desejo de saber mais, de ir além do espaço da sala de aula, compromete assim a construção do desenvolvimento cognitivo e, sobretudo do sujeito.

Uma vez que a classe a ser trabalhada era de alfabetização buscamos em
Freire (1983, p. 49) que nos esclarece que:
alfabetizar-se é adquirir uma língua escrita através de um processo de construção do conhecimento com uma visão crítica da realidade. A criança é o sujeito do processo educativo, não havendo dicotomia entre o aspecto cognitivo e afetivo, mas uma relação dinâmica, prazerosa, dirigida para o ato de conhecer o mundo.

Desta forma, busquei propor atividades que desencadeassem reflexões sobre a forma como a língua escrita se organiza para produzir diferentes significados. Transversalmente foram abordados valores e saberes como produto da construção e reconstrução histórica dos seres humanos, além da compreensão e respeito ao multiculturalismo, gênero e meio ambiente. Os objetivos abordados com a turma de segundo ano estão relacionados com alfabetização e letramento.

Para Magda Soares, 1998, p.33:
Alfabetização é dar acesso ao mundo da leitura. Alfabetizar é dar condições para que o indivíduo-criança ou adulto - tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não só de ler e escrever, enquanto habilidades de decodificação e codificação do sistema da escrita, mas, e, sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita com todas as funções que ela tem em nossa sociedade e também como instrumento na luta pela conquista da cidadania plena.

Vale lembrar que a criança de hoje nasce junto com a explosão tecnológica, por essa razão não encontramos crianças e adolescentes que resistam o enfrentamento do desconhecido em informática. Todos gostam de aprender e usar os diferentes ambientes virtuais com agilidade e destreza, demonstrando muita autonomia.








3. RELATO REFLEXIVO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
3. 1 MINHAS CERTEZAS E DÚVIDAS TEMPORÁRIAS

Eu acreditava que alunos de 2º ano não tinham condições de trabalhar com a metodologia de Projetos de Aprendizagens.
As práticas começaram no dia 12 de abril do corrente ano, com a intenção de aplicar a metodologia de Projetos de Aprendizagens. Iniciamos com as perguntas curiosas dos alunos, de onde surgiram várias perguntas e a pergunta eleita foi: “De onde vem a folha de desenho?” O trabalho de pesquisa aconteceu de maneira bastante tradicional, os alunos foram orientados e motivados a seguir minhas ordens e eu não proporcionando a eles a andarem por si, com autonomia na busca de respostas às suas curiosidades. Ainda não acreditava que alunos em fase de alfabetização pudessem escrever suas certezas provisórias e suas dúvidas temporárias e por essa razão eu escrevia por eles, no quadro, nos cartazes. Ao mesmo tempo buscava textos prontos relacionados ao tema. As atividades eram dirigidas. Quando me dei por conta que nada de novo estava acontecendo em nossa sala de aula, é que procurei repensar minha prática e reiniciar novos Projetos de Aprendizagens, onde pretendo descrever a seguir.

3.2. REINICIANDO OS PAS

Partindo das curiosidades dos alunos, permite que eles aprendam de forma interdisciplinar, os diversos conteúdos do interesse dos alunos aparecem naturalmente, onde professor somente guia, dirige, orienta, abre alas para os alunos irem em frente, professor e alunos aprendem juntos.
Com essa proposta pude trabalhar sem fronteiras. Um grupo pode estar apenas nas dúvidas e certezas provisórias enquanto o outro avançando disparada mente.
Durante o desenvolvimento do PA aconteceram mudanças importantes, muitas outras dúvidas surgiram e novas buscas aconteciam.

3.3.-PRIMEIRA TRILHA
Para aguçar a curiosidade dos alunos coloquei uma pilha de revistas “Ciências” para que os alunos em grupo manuseassem as mesmas e selecionassem algo que achassem interessante para conversar com os colegas do grupo. Passaram algum tempo folhando as revistas, alguns já dominam a leitura outros liam as imagens, enfim todos ficaram envolvidos com a atividade.
Após algum tempo, enquanto trocavam idéias, coloquei uma caixa onde estava escrito “Baú das curiosidades”, o que chamou a atenção da turma.
Logo alguns alunos queriam saber o que tinha dentro do tal Baú das curiosidades. E assim começou a conversa sobre projetos de aprendizagens. Falei que dentro do Baú deveriam ir todas as perguntas curiosas que eles gostariam de fazer para depois a gente começar um trabalho muito interessante sobre elas. Os alunos comentaram oralmente sobre as perguntas encontradas nas revistas, outros fizeram perguntas viáveis e outras muito difíceis, entre elas como surgiu à vida na terra, como apareceu o sol e a lua, por que a água do mar é salgada? Após pedi a eles que escrevessem suas perguntas e colocassem dentro do baú das curiosidades. Confesso que não esperava tantas perguntas escritas por eles, mas cada um foi escrevendo sua pergunta, e ao mesmo tempo criando hipóteses sobre a escrita, procurando junto aos colegas e a professora as letras que faltavam para escrever o que queriam.
Durante a escrita das perguntas foram feitas várias observações sobre o emprego da letra maiúscula no início da frase e o ponto de interrogação no final da pergunta. Durante o PA, foi possível desenvolver os conteúdos do plano de curso da série, os mesmos vão surgindo espontaneamente e os alunos descobrem a necessidade do emprego e dão sentido ao trabalho que estão realizando.
Uma aluna no início da atividade da escrita demonstrou insegurança chorando e dizendo que não sabia escrever, e no final aprendeu a compartilhar suas ansiedades com os colegas, buscando ajuda e assim formulando diversas perguntas que vieram a fazer parte do baú, satisfeita por ter conseguido realizar uma tarefa que até então se achava incapaz onde podemos perceber que neste momento esta aluna estava começando a desenvolver seus trabalhos com mais autonomia.

3.4. APRESENTAÇÃO DAS PRIMEIRAS AULAS COM PROJETOS DE APRENDIZAGENS
Em primeiro de junho todos sentados em círculo no chão iniciamos a aula, o objetivo era observas gravuras, uma mostrava um menino que escolhera as plantas como tema de estudo, outra uma menina cuidando dos animais e reconhece bem as funções de um veterinário e outra um menino que se encanta ao explorar a astronomia. (gravuras retiradas da revista Nova Escola janeiro/fevereiro de 2006, pág.51 e 53). Após os alunos passaram a relatar o que liam nas gravuras, já que estavam todos muito entusiasmados aproveitei e solicitei à turma se quisessem fazer mais algumas perguntas para acrescentar no baú poderiam fazê-lo.
Surgiram muitas outras questões que foram colocadas no Baú. A seguir fomos abrindo cada uma e eles foram colando uma a uma no painel coletivo que deram o nome de “Nossas Dúvidas” e depois leram oralmente cada uma e os grupos fizeram suas escolhas que ficaram assim distribuídas:
ü Grupo Força G; Rafael, Ilan, Pietra, Marlon, Cristiano e Hendrick com a pergunta: Desde quando que acontece a copa do mundo?
ü Grupo Rolinha; Ana, Gisele, Débora, William, Weslei e Monique com a pergunta: Quando começou a primeira copa do mundo?
ü Grupo Beija-Flor; Eduarda, Rafael, Kaylane, Julia, Suelen, Maria Laura e Rafaela com a pergunta: De onde vem a gelatina?
Todos os alunos estavam entusiasmados para começar um trabalho sobre as perguntas escolhidas, porém dois grupos tinham a mesma opção, decidindo ficarem distribuídos em grupos menores. A credito que nesta aula o objetivo foi plenamente alcançado já que os alunos apresentaram autonomia e entusiasmo na elaboração de perguntas através da linguagem oral e linguagem escrita, além de da efetiva participação e colaboraçao junto ao seu grupo.
No dia seguinte, após a rotina diária; oração espontânea e canção de boas vindas. Os alunos colocaram-se em forma de círculo todos sentados no tapete para conversar sobre o PA, sanar as dúvidas e ouvir quais são os passos que eles iriam tomar para buscarem o que eles queriam saber. Alguns alunos disseram que não sabiam onde buscar informações, outros já trouxeram várias anotações que pesquisaram na internet, outros encontraram na revista Nova Escola, um aluno trouxe vários folder com a tabela de jogos da copa do mundo, África do Sul 2010 e o grupo da gelatina trouxeram informações bastante ampla sobre o assunto. Todo o material colocado foi depositado dentro do blog do grupo.
Todos os alunos contribuira com suas descobertas no trabalho coletivo. Observei que passaram a saber ouvir o colega e respeitar as normas de convivência. Além de ler e escrever novas palavras, frases e textos de acordo com seu nível durante as pesquisas realizadas.









4. RELATO-SÍNTESE DOS PROJETOS/ATIVIDADES/TEMÁTICAS.
Nas séries iniciais um dos objetivos é levar os alunos à alfabetização, e a metodologia de PA, favorece para alcançar este objetivo, pois as crianças escrevem palavras que tem sentido para elas aonde a escrita e a leitura vão acontecendo de maneira espontânea e não de forma mecânica como aprendemos o B+A=BA.

Foi muito mais produtiva as aprendizagens dos alunos a partir da aplição dos PAS. Os conteúdos como países, continentes e oceanos e mapa mundi já fazem parte do vocabulário dos alunos de 2º ano do Ensino Fundamental. Durante o desenvolvimento deste trabalho pude contar com o envolvimento das famílias dos educandos, fazendo com que eles também participassem do processo de aprendizagem de seus filhos já que auxiliavam nas pesquisas.

Neste momento foi possível trabalhar mapas, legendas, tempo e espaço.

Em Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários a prática educativa, Paulo Freire diz:
“O educador que “castra” a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica” (pág. 63).
A autonomia a liberdade do educando tem que ser respeitada, caso contrário, o ensino tornar-se-á “inautêntico”, palavreado vazio e inoperante. (pág.69)
.
O que aprendi durante o período que apliquei o projeto de aprendizagem juntamente com as orientações da supervisão, acredito ter compreendido de fato sobre o que realmente é um projeto de aprendizagem onde o professor apenas deverá ser o orientador, que conduz os alunos, que instiga a sua curiosidade, que faz com a criança fique aguçada para buscar as suas perguntas curiosas.
Os projetos de Aprendizagens promovem o desenvolvimento das potencialidades decodificadoras da leitura e escrita usando a criticidade e interagindo no meio ao mesmo tempo em que estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico sendo interativo nas situações cotidianas.
De certa forma, todas as teorias tem nos passado que compete ao professor oportunizar aos alunos condições de aprender, criar, resolver problemas e desafios, descobrir soluções, refletir, com autonomia e controle. Para que isto aconteça à metodologia por PAS, por mim experimentada durante o estágio comparando com as demais que utilizei ao longo dos anos, foi o metododo que mais se adequada para atender a estes conceitos até o presente momento.

4.1-ATUAÇÃO DOS ALUNOS DURANTE O DESENVOLVIMENO DOS PAs.
Com os PAS, os alunos passaram a interagir mais, discutindo nos grupos as possibilidades do tema, ou seja, da pergunta curiosa do grupo, realizaram um relato sobre o que já sabiam e o que queriam saber. No momento de escrever o que pensavam sobre a pergunta curiosa eles passaram a criar hipóteses sobre a escrita e buscavam respostas entre si em relação à codificação das palavras.
Outro fator importante a citar foi que os alunos passaram a organizam suas ações na busca de informações demonstradas através das distribuições de tarefas entre eles. Assim demonstraram autonomia nas decisões do grupo, passaram a serem construtores de conhecimentos.
O gosto pela leitura foi demonstraram pela classe amplamente, além da criatividade uma vez que eles mesmos criavam hipóteses sobre a escrita no qual a mesma surge espontaneamente sem a preocupação da codificação e decodificação. Tudo o que escreviam tinham significado para os alunos.




4.2-APRENDIZAGENS DA PROFESSORA-ALUNA
Os percalços encontrados durante o estágio me fizeram refletir ainda mais sobre minha prática pedagógica.

As razões que explicam minha resistência em não aplicar o PA no início do estágio tem relação com a forma como aprendi na minha trajetória escolar como estudante e também como professora de um longo período a mais de vinte e quatro anos de efetivo exercício no magistério.

Não se trata apenas de uma simples mudança, mas de modificar paradigmas e forma de ver a educação. Toda e qualquer mudança exige de cada um de nós muito preparo psicológico, muitas informações para que essas mudanças possam fluir positivamente.

Para que eu pudesse inovar minhas práticas foi essencialmente necessário me permitir que eu fosse capaz de inovar e deixar que meus alunos crescessem buscando sua autonomia através da confiança em si próprio.
A Metodologia Projetos de Aprendizagens começou a ser desenvolvido a partir da metade do estágio, quando acreditei que alunos não alfabetizados poderiam ler e escrever, produzindo seus textos e refletindo sobre a escrita. Foi necessário buscar os textos “Arquiteturas Pedagógicas” e “ “Educação à distância mediada pela internet”, para obter mais informações e fundamentação teórica sobre a metodologia de PAS, bem como assistência pedagógica da supervisão do estágio e tutoria.
A partir da decisão de iniciar os PAS, os planejamentos tomaram outros rumos. Permiti que o alunos tomassem as iniciativas de buscar o que queriam aprender a partir de suas perguntas curiosas, certezas provisórias e dúvidas temporárias. As dúvidas deles passavam então a ser as minhas também, passei a aprender junto com eles e a investigar também com eles.
Como disse Paulo Freire:
Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.
Percebi que os conteúdos curriculares surgiam espontaneamente dentro do PAS e eram trabalhados interdisciplinariamente, de forma global. Anterior a esta prática eu era quem planejava e conduzia meus alunos para que eles agissem exatamente como eu queria que fizessem, não costumava dar espaço para que eles construíssem o conhecimento.
Costumava realizar meu planejamento por projetos de trabalho, onde eu selecionava os conceitos e procedimentos a serem feitos para atingir os objetivos elencados, mostrava aos alunos as fontes onde eles deveriam pesquisar. Ou seja, o planejamento era totalmente delineado para atingir um fim já determinado. Utilizando os PAs sabíamos apenas sobre a pergunta da partida, mas durante a trajetória apareciam muitos caminhos e assuntos que se interligavam e complementavam.
Esse fator foi o que mais me aguçou durante todo o período de estágio, a metodologia dos PAs principalmente com crianças em processo de alfabetização.
A metologia dos Projetos de Aprendizagem me instiga a questionar frequentemente: Como criar estratégias em sala de aula que possibilite o domínio do código escrito com o PA?
E ainda, como alunos não alfabetizados poderão ler e escrever suas certezas e dúvidas durante os PAs? E por fim: Como e onde eles vão buscar informações se não sabem ler e escrever?
Após algumas aulas no estágio decidi colocar em prática estas dúvidas onde as mesmas foram sendo testadas durante o desenvolvimento do PA com meus alunos.
Sendo assim é minha pretenção abordar este tema no Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, no qual acredito poder dar testemunho da minha própria experiência e relatar sobre a resistência em me permitir inovar, o resgate do meu desafio para contribuir com a construção do conhecimento com os PAs partindo da minha vivência.
















CONSIDERAÇÕES FINAIS
Numa escola crítica, criativa e construtiva, tanto o professor como os alunos são considerados sujeitos ativos no processo pedagógico, que se caracteriza por uma troca efetiva de experiências, na construção do conhecimento. De modo geral, o aluno é visto como alguém que depende do professor e do qual é esperada a assimilação passiva do conhecimento que lhe é transmitido. A formação continuada dos professores demonstra a necessidade de inovar o ensino, tornando as aulas mais práticas e produtivas, levando o aluno a sentir-se como construtor do conhecimento.
A dinâmica mundial se reflete constantemente no ensino, pois, a explosão tecnológica apresenta novas exigências a cada instante tanto a escola como professores devem estar acompanhando estas mudanças.
Os alunos necessitam cada vez mais de novas propostas metodológicas, para que sejam motivados e não esquecidos como sujeitos diretos das transformações que acontecem no mundo, pois são agentes responsáveis pelo futuro.
Não é tarefa fácil, pois são décadas de metodologias tradicionais, mas a participação e a evolução do ensino e a formação dos professores na área da educação caminha para o futuro, onde os PROJETOS DE APRENDIZAGENS começam a fazer parte permanente da prática pedagógica.





SONHOS PARA O FUTURO

Pretendo contribuir para a construção de uma sociedade em bases democráticas, onde a justiça social seja um bem de todos e de maneira qualitativa, desenvolvendo uma prática investigativa, reflexiva voltado para uma educação interdisciplinar e tendo como meta almejada o “APRENDER A APRENDER”.













REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Marie Jane; NEVADO, Rosane Aragon de; MENEZES, Crediné SILVA de Educação à distância mediada pela internet: Uma abordagem Interdisciplinar na Formação de Professores em serviço.

CARVALHO, Marie Jane; NEVADO, Rosane Aragon de; MENEZES, Credine Silva de; “Arquiteturas Pedagógicas para a Educação à distância: Concepções e Suporte Telemático.

FERREIRO, E. Matéria Alfabetização e Cultura Escrita. Nova Escola, São Paulo, Abril, maio de 2003. p.27-30.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia Saberes necessários à prática educativa. 13 ed. Paz e Terra: São Paulo, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 13.ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1983.

SOARES, Magda. Letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.










ANEXOS

Blog do grupo “Força G”...............................
..........................................
A
Texto dos alunos respondendo a nova........ questão
….......................................
B
Texto coletivo do grupo “Beija-Flor”.............
….......................................
C
Texto coletivo do grupo “Rolinha”.............
….......................................
D
Texto em letra de forma ..............................
….......................................
E
Mapas – legendas, tempo e espaço...........
….......................................
F
Mapas- legendas, tempo e espaço..............
….......................................
G
Texto Coletivo........... ..................................
….......................................
H
Texto coletivo – Grupo Rolinha ...................
….......................................
I
Trabalho dos alunos durante os Pas............
….......................................
J
Mapa da sala de Aula..................................
….......................................
K
Trabalho dos Alunos ..................................
….......................................
L
Blog do grupo da gelatina...........................
….......................................
M
Cores do Brasil durante PA.........................
..........................................
N
Foto da Escola ............................................
..........................................
O

















Anexo A
Blog do Grupo “Força G” - dentro deste blog eram colocados as produções dos alunos do grupo.














Anexo B




Anexo C
Texto coletivo do grupo “Beija-Flor” (criaram muitas hipóteses sobre a escrita”












Anexo D
Texto coletivo do grupo Rolinha




Anexo E
O grupo teve interesse de apresentar seu texto em letra de forma









Anexo F
Mapa, sala de aula, legenda, tempo e espaço.















Anexo G
Mapa feito pelo Grupo Beija Flor















Anexo H
Texto grupo “Força G”










Anexo I













Anexo J
















Anexo K
Mapa da sala de aula produzido pelos alunos














Anexo L
Trabalho dos alunos realizado durante os Pas – países participantes














Anexo M
Trabalho Grupo Rolinha - PA















Anexo N













PÓLO DE TRÊS CACHOEIRAS







RELATÓRIO DO ESTÁGIO

ELAINE FATIMA SERENA LAZZAROTTO

Marie Jane Soares Carvalho
Supervisor (a) do Estágio
Juliana Machado
Tutor (a) do Estágio









Julho/2010
SUMÁRIO




CONSIDERAÇÕES INICIAIS 04

1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO BÁSICA
05
2. SÍNTESES DO PROJETO DE ESTÁGIO 06
3. RELATO REFLEXIVO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 08
3.1. MINHAS CERTEZAS E DÚVIDAS TEMPORÁRIAS 08
3.2. REINICIANDO OS PAS 08
3.3. PRIMEIRA TRILHA 09
3.4 APRESENTAÇÃO DAS PRIMEIRAS AULAS COM PROJETOS DE APRENDIZAGENS. 10
4. RELATO-SÍNTESE DOS PROJETOS/ATIVIDADES/TEMÁTICAS 12
4.1. ATUAÇÃO DOS ALUNOS DURENTE O DESENVOLVIMENTO DO PAS 13
4.2. APRENDIZAGENS DA PROFESSORA-ALUNA 14

CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

SONHOS PARA O FUTURO 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19









“Não cobiço nem disputo os teus olhos
Não estou nem sequer à espera que me deixes ver através dos teus olhos
Nem sei tampouco se quero ver o que vêem os teus olhos
Nada do que possas ver me levará a ver e a pensar contigo
Se eu não for capaz de aprender a ver pelos meus olhos e a pensar comigo
Não me digas como se caminha e por onde é o caminho
Deixa-me simplesmente acompanhar-te quando eu quiser
Se o caminho dos teus passos estiver iluminado
Pelas mais cintilantes das estrelas que espreitam as noites e os dias
Mesmo que tu me percas e eu te perca
Algures na caminhada certamente nos encontraremos
Não me expliques como deverei ser
Quando um dia as circunstancia quiserem que eu me encontre
No espaço e no tempo de condições que tu entendes e dominas
Semeia-te como és e oferece-te simplesmente à colheita de todas as horas
Não me prendas as mãos
Não faças delas instrumento dócil de inspirações que ainda não vivi
Deixa-me arriscar o molde talvez incerto
Deixa-me arriscar o barro talvez impróprio
Na oficina onde ganham forma e paixão todos os sonhos que antecipam o futuro
E não me obrigues a ler livros que ainda não sou capaz de interrogar
Protege-me das incursões obrigatórias que sufocam o prazer e a descoberta e com silêncio (intimamente sábio) das tuas palavras e dos gestos
Ajuda-me serenamente a ler e a escrever a minha própria vida”

Rubem Alves







CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Estou concluindo o 8º semestre do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na modalidade à distância – pólo Três Cacgoeiras, resido no município de Torres - RS, na Rua Pará, nº. 293, centro.

Concluí o Ensino de 2º Grau com habilitação para o Magistério, outorgando-me o direito à docência de 1ª à 4ª série do Ensino de 1º grau. Ingressei no magistério público Municipal no ano 1976, onde trabalhei com classes multiseriadas, tendo que responder pela direção da escola, merenda para os alunos e inclusive a limpeza da mesma.

No ano de 1983 ingressei no Magistério Público Estadual através de concurso público com a carga horária de 20 horas semanais, no qual atingi um tempo de efetivo exercício no cargo de professor equivalente há 27 anos.

Atualmente estou lotada como professora na Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda no município de Torres, localizada na Rua Almirante Barroso, nº. 200, próximo a Igreja Matriz e da Praia Grande, uma das principais da cidade, ou seja bem no centro do município.

Atuo com uma turma de 2º ano, ensino fundamental de 9 anos, onde realizei as horas de estágio do curso.







1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO BÁSICA
Sabe-se que a escola é um espaço vivo, de profunda socialização, onde atuam pessoas com histórias diversas e culturas variadas, no qual a Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda, localizada no município de Torres - RS, fundada no ano de 1959, não difere das demais; encontram-se inseridos neste contexto alunos filhos de profissionais liberais, pequenos empresários, comerciantes e também filhos de catadores de material reciclável, operários de obras e de famílias inteiras desempregadas.

Para a escola o desafio é criar condições para manter o vínculo das crianças com a escola, possibilitando assim uma expectativa de um futuro melhor.

A Escola Estadual de Educação Básica Governador Jorge Lacerda, está localizada numa área central da cidade de Torres, Rua Almirante Barroso, número 200, próximo a Praça da Igreja Matriz Santa Luzia e a três quadras da praia grande.

No que refere-se ao espaço físico, a escola é considerada de grande porte, o prédio é próprio da instituição e está em bom estado de conservação e limpeza de suas dependências. Possui quadra de esporte ao ar livre, onde acontece, além das aulas de educação física, eventos e projetos da escola. A biblioteca conta com acervo bibliográfico considerado adequado ao atendimento da comunidade escolar.

A escola possui 25 salas de aula, sala de reforço, sala de recursos, sala para supervisão e orientação escolar, vice-direção, direção, secretaria ampla, auditório, laboratório de ciências, refeitório, cozinha e banheiros. O laboratório de informática está em processo de organização sem prazo definido para funcionamento, pois os computadores que existiam estão totalmente sem condições de uso.
Atualmente a escola atende a 1.121 alunos no total das várias mondalidades. No ensino Médio (EJA) são 143 alunos; Ensino Médio regular, 294 alunos; Ensino Fundamental - 9anos 148 alunos; Ensino Fundamental – 8 anos, 523 alunos; Educação para surdo nível Ensino médio, 13 alunos.

O quadro docente é composto por 75 professores. E o de funcionários são; 4 secretários; 3 monitoras; 5 serventes; 4 merendeiras. Responde pela direção da escola a professora Rita de Cássia, vice direção do turno da tarde a professora Cleusa Munari, pelo turno da manhã a professora Lisiane e do turno da noite a professora Carla Trindade.



2. SÍNTESE DO PROJETO DE ESTÁGIO

A metodologia teórica que embasou o projeto de estágio foram as estudas nas interdisciplinas do curso de graduação em pedagogia , saliento aqui aqueles estudiosos da educação que me fizeram repensar o meu fazer pedagígico como Jean Piaget, Paulo Freire, Marie Jane Carvalho, Rosane Aragon de Nevado e Crediné Silva de Menezes.

O objetivo maior do meu estágio era aplicar o método de Projetos de Aprendizagens, que acredito que proporciona ao educando a vivência e a experiência, tornando a aprendizagem significativa, uma vez que considera o aluno o construtor da aprendizagem. Assim podemos apontar que os projetos são um dos modos de organizarmos o ato educativo de forma globalizada e que a pesquisa da realidade escolar, a participação do aluno e do professor é fundamental.
Sobre essa metodologia Nevado, Carvalho e Menezes, afirmam:
Entende-se que a possibilidade inovadora da proposta se viabilizará na medida do abandono, pelos docentes do Curso e pelos próprios alunos-professores, da idéia de “domínio” sobre seus respectivos campos de saber e sobre seus espaços próprios de atuação e na disponibilidade de cada um e de todos em compreender as perspectivas da inter-comunicabilidade dos saberes e atuar interdisciplinarmente.

Entendi que trabalhar o cotidiano infantil dentro de uma concepção tradicional de educação, onde as respostas são dadas prontas, sem reflexão e sem ação, sem discussão, sem um sentido, a prática pedagógica torna-se vazia, sem ampliar o desejo de saber mais, de ir além do espaço da sala de aula, compromete assim a construção do desenvolvimento cognitivo e, sobretudo do sujeito.

Uma vez que a classe a ser trabalhada era de alfabetização buscamos em
Freire (1983, p. 49) que nos esclarece que:
alfabetizar-se é adquirir uma língua escrita através de um processo de construção do conhecimento com uma visão crítica da realidade. A criança é o sujeito do processo educativo, não havendo dicotomia entre o aspecto cognitivo e afetivo, mas uma relação dinâmica, prazerosa, dirigida para o ato de conhecer o mundo.

Desta forma, busquei propor atividades que desencadeassem reflexões sobre a forma como a língua escrita se organiza para produzir diferentes significados. Transversalmente foram abordados valores e saberes como produto da construção e reconstrução histórica dos seres humanos, além da compreensão e respeito ao multiculturalismo, gênero e meio ambiente. Os objetivos abordados com a turma de segundo ano estão relacionados com alfabetização e letramento.

Para Magda Soares, 1998, p.33:
Alfabetização é dar acesso ao mundo da leitura. Alfabetizar é dar condições para que o indivíduo-criança ou adulto - tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não só de ler e escrever, enquanto habilidades de decodificação e codificação do sistema da escrita, mas, e, sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita com todas as funções que ela tem em nossa sociedade e também como instrumento na luta pela conquista da cidadania plena.

Vale lembrar que a criança de hoje nasce junto com a explosão tecnológica, por essa razão não encontramos crianças e adolescentes que resistam o enfrentamento do desconhecido em informática. Todos gostam de aprender e usar os diferentes ambientes virtuais com agilidade e destreza, demonstrando muita autonomia.








3. RELATO REFLEXIVO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
3. 1 MINHAS CERTEZAS E DÚVIDAS TEMPORÁRIAS

Eu acreditava que alunos de 2º ano não tinham condições de trabalhar com a metodologia de Projetos de Aprendizagens.
As práticas começaram no dia 12 de abril do corrente ano, com a intenção de aplicar a metodologia de Projetos de Aprendizagens. Iniciamos com as perguntas curiosas dos alunos, de onde surgiram várias perguntas e a pergunta eleita foi: “De onde vem a folha de desenho?” O trabalho de pesquisa aconteceu de maneira bastante tradicional, os alunos foram orientados e motivados a seguir minhas ordens e eu não proporcionando a eles a andarem por si, com autonomia na busca de respostas às suas curiosidades. Ainda não acreditava que alunos em fase de alfabetização pudessem escrever suas certezas provisórias e suas dúvidas temporárias e por essa razão eu escrevia por eles, no quadro, nos cartazes. Ao mesmo tempo buscava textos prontos relacionados ao tema. As atividades eram dirigidas. Quando me dei por conta que nada de novo estava acontecendo em nossa sala de aula, é que procurei repensar minha prática e reiniciar novos Projetos de Aprendizagens, onde pretendo descrever a seguir.

3.2. REINICIANDO OS PAS

Partindo das curiosidades dos alunos, permite que eles aprendam de forma interdisciplinar, os diversos conteúdos do interesse dos alunos aparecem naturalmente, onde professor somente guia, dirige, orienta, abre alas para os alunos irem em frente, professor e alunos aprendem juntos.
Com essa proposta pude trabalhar sem fronteiras. Um grupo pode estar apenas nas dúvidas e certezas provisórias enquanto o outro avançando disparada mente.
Durante o desenvolvimento do PA aconteceram mudanças importantes, muitas outras dúvidas surgiram e novas buscas aconteciam.

3.3.-PRIMEIRA TRILHA
Para aguçar a curiosidade dos alunos coloquei uma pilha de revistas “Ciências” para que os alunos em grupo manuseassem as mesmas e selecionassem algo que achassem interessante para conversar com os colegas do grupo. Passaram algum tempo folhando as revistas, alguns já dominam a leitura outros liam as imagens, enfim todos ficaram envolvidos com a atividade.
Após algum tempo, enquanto trocavam idéias, coloquei uma caixa onde estava escrito “Baú das curiosidades”, o que chamou a atenção da turma.
Logo alguns alunos queriam saber o que tinha dentro do tal Baú das curiosidades. E assim começou a conversa sobre projetos de aprendizagens. Falei que dentro do Baú deveriam ir todas as perguntas curiosas que eles gostariam de fazer para depois a gente começar um trabalho muito interessante sobre elas. Os alunos comentaram oralmente sobre as perguntas encontradas nas revistas, outros fizeram perguntas viáveis e outras muito difíceis, entre elas como surgiu à vida na terra, como apareceu o sol e a lua, por que a água do mar é salgada? Após pedi a eles que escrevessem suas perguntas e colocassem dentro do baú das curiosidades. Confesso que não esperava tantas perguntas escritas por eles, mas cada um foi escrevendo sua pergunta, e ao mesmo tempo criando hipóteses sobre a escrita, procurando junto aos colegas e a professora as letras que faltavam para escrever o que queriam.
Durante a escrita das perguntas foram feitas várias observações sobre o emprego da letra maiúscula no início da frase e o ponto de interrogação no final da pergunta. Durante o PA, foi possível desenvolver os conteúdos do plano de curso da série, os mesmos vão surgindo espontaneamente e os alunos descobrem a necessidade do emprego e dão sentido ao trabalho que estão realizando.
Uma aluna no início da atividade da escrita demonstrou insegurança chorando e dizendo que não sabia escrever, e no final aprendeu a compartilhar suas ansiedades com os colegas, buscando ajuda e assim formulando diversas perguntas que vieram a fazer parte do baú, satisfeita por ter conseguido realizar uma tarefa que até então se achava incapaz onde podemos perceber que neste momento esta aluna estava começando a desenvolver seus trabalhos com mais autonomia.

3.4. APRESENTAÇÃO DAS PRIMEIRAS AULAS COM PROJETOS DE APRENDIZAGENS
Em primeiro de junho todos sentados em círculo no chão iniciamos a aula, o objetivo era observas gravuras, uma mostrava um menino que escolhera as plantas como tema de estudo, outra uma menina cuidando dos animais e reconhece bem as funções de um veterinário e outra um menino que se encanta ao explorar a astronomia. (gravuras retiradas da revista Nova Escola janeiro/fevereiro de 2006, pág.51 e 53). Após os alunos passaram a relatar o que liam nas gravuras, já que estavam todos muito entusiasmados aproveitei e solicitei à turma se quisessem fazer mais algumas perguntas para acrescentar no baú poderiam fazê-lo.
Surgiram muitas outras questões que foram colocadas no Baú. A seguir fomos abrindo cada uma e eles foram colando uma a uma no painel coletivo que deram o nome de “Nossas Dúvidas” e depois leram oralmente cada uma e os grupos fizeram suas escolhas que ficaram assim distribuídas:
ü Grupo Força G; Rafael, Ilan, Pietra, Marlon, Cristiano e Hendrick com a pergunta: Desde quando que acontece a copa do mundo?
ü Grupo Rolinha; Ana, Gisele, Débora, William, Weslei e Monique com a pergunta: Quando começou a primeira copa do mundo?
ü Grupo Beija-Flor; Eduarda, Rafael, Kaylane, Julia, Suelen, Maria Laura e Rafaela com a pergunta: De onde vem a gelatina?
Todos os alunos estavam entusiasmados para começar um trabalho sobre as perguntas escolhidas, porém dois grupos tinham a mesma opção, decidindo ficarem distribuídos em grupos menores. A credito que nesta aula o objetivo foi plenamente alcançado já que os alunos apresentaram autonomia e entusiasmo na elaboração de perguntas através da linguagem oral e linguagem escrita, além de da efetiva participação e colaboraçao junto ao seu grupo.
No dia seguinte, após a rotina diária; oração espontânea e canção de boas vindas. Os alunos colocaram-se em forma de círculo todos sentados no tapete para conversar sobre o PA, sanar as dúvidas e ouvir quais são os passos que eles iriam tomar para buscarem o que eles queriam saber. Alguns alunos disseram que não sabiam onde buscar informações, outros já trouxeram várias anotações que pesquisaram na internet, outros encontraram na revista Nova Escola, um aluno trouxe vários folder com a tabela de jogos da copa do mundo, África do Sul 2010 e o grupo da gelatina trouxeram informações bastante ampla sobre o assunto. Todo o material colocado foi depositado dentro do blog do grupo.
Todos os alunos contribuira com suas descobertas no trabalho coletivo. Observei que passaram a saber ouvir o colega e respeitar as normas de convivência. Além de ler e escrever novas palavras, frases e textos de acordo com seu nível durante as pesquisas realizadas.









4. RELATO-SÍNTESE DOS PROJETOS/ATIVIDADES/TEMÁTICAS.
Nas séries iniciais um dos objetivos é levar os alunos à alfabetização, e a metodologia de PA, favorece para alcançar este objetivo, pois as crianças escrevem palavras que tem sentido para elas aonde a escrita e a leitura vão acontecendo de maneira espontânea e não de forma mecânica como aprendemos o B+A=BA.

Foi muito mais produtiva as aprendizagens dos alunos a partir da aplição dos PAS. Os conteúdos como países, continentes e oceanos e mapa mundi já fazem parte do vocabulário dos alunos de 2º ano do Ensino Fundamental. Durante o desenvolvimento deste trabalho pude contar com o envolvimento das famílias dos educandos, fazendo com que eles também participassem do processo de aprendizagem de seus filhos já que auxiliavam nas pesquisas.

Neste momento foi possível trabalhar mapas, legendas, tempo e espaço.

Em Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários a prática educativa, Paulo Freire diz:
“O educador que “castra” a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica” (pág. 63).
A autonomia a liberdade do educando tem que ser respeitada, caso contrário, o ensino tornar-se-á “inautêntico”, palavreado vazio e inoperante. (pág.69)
.
O que aprendi durante o período que apliquei o projeto de aprendizagem juntamente com as orientações da supervisão, acredito ter compreendido de fato sobre o que realmente é um projeto de aprendizagem onde o professor apenas deverá ser o orientador, que conduz os alunos, que instiga a sua curiosidade, que faz com a criança fique aguçada para buscar as suas perguntas curiosas.
Os projetos de Aprendizagens promovem o desenvolvimento das potencialidades decodificadoras da leitura e escrita usando a criticidade e interagindo no meio ao mesmo tempo em que estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico sendo interativo nas situações cotidianas.
De certa forma, todas as teorias tem nos passado que compete ao professor oportunizar aos alunos condições de aprender, criar, resolver problemas e desafios, descobrir soluções, refletir, com autonomia e controle. Para que isto aconteça à metodologia por PAS, por mim experimentada durante o estágio comparando com as demais que utilizei ao longo dos anos, foi o metododo que mais se adequada para atender a estes conceitos até o presente momento.

4.1-ATUAÇÃO DOS ALUNOS DURANTE O DESENVOLVIMENO DOS PAs.
Com os PAS, os alunos passaram a interagir mais, discutindo nos grupos as possibilidades do tema, ou seja, da pergunta curiosa do grupo, realizaram um relato sobre o que já sabiam e o que queriam saber. No momento de escrever o que pensavam sobre a pergunta curiosa eles passaram a criar hipóteses sobre a escrita e buscavam respostas entre si em relação à codificação das palavras.
Outro fator importante a citar foi que os alunos passaram a organizam suas ações na busca de informações demonstradas através das distribuições de tarefas entre eles. Assim demonstraram autonomia nas decisões do grupo, passaram a serem construtores de conhecimentos.
O gosto pela leitura foi demonstraram pela classe amplamente, além da criatividade uma vez que eles mesmos criavam hipóteses sobre a escrita no qual a mesma surge espontaneamente sem a preocupação da codificação e decodificação. Tudo o que escreviam tinham significado para os alunos.




4.2-APRENDIZAGENS DA PROFESSORA-ALUNA
Os percalços encontrados durante o estágio me fizeram refletir ainda mais sobre minha prática pedagógica.

As razões que explicam minha resistência em não aplicar o PA no início do estágio tem relação com a forma como aprendi na minha trajetória escolar como estudante e também como professora de um longo período a mais de vinte e quatro anos de efetivo exercício no magistério.

Não se trata apenas de uma simples mudança, mas de modificar paradigmas e forma de ver a educação. Toda e qualquer mudança exige de cada um de nós muito preparo psicológico, muitas informações para que essas mudanças possam fluir positivamente.

Para que eu pudesse inovar minhas práticas foi essencialmente necessário me permitir que eu fosse capaz de inovar e deixar que meus alunos crescessem buscando sua autonomia através da confiança em si próprio.
A Metodologia Projetos de Aprendizagens começou a ser desenvolvido a partir da metade do estágio, quando acreditei que alunos não alfabetizados poderiam ler e escrever, produzindo seus textos e refletindo sobre a escrita. Foi necessário buscar os textos “Arquiteturas Pedagógicas” e “ “Educação à distância mediada pela internet”, para obter mais informações e fundamentação teórica sobre a metodologia de PAS, bem como assistência pedagógica da supervisão do estágio e tutoria.
A partir da decisão de iniciar os PAS, os planejamentos tomaram outros rumos. Permiti que o alunos tomassem as iniciativas de buscar o que queriam aprender a partir de suas perguntas curiosas, certezas provisórias e dúvidas temporárias. As dúvidas deles passavam então a ser as minhas também, passei a aprender junto com eles e a investigar também com eles.
Como disse Paulo Freire:
Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.
Percebi que os conteúdos curriculares surgiam espontaneamente dentro do PAS e eram trabalhados interdisciplinariamente, de forma global. Anterior a esta prática eu era quem planejava e conduzia meus alunos para que eles agissem exatamente como eu queria que fizessem, não costumava dar espaço para que eles construíssem o conhecimento.
Costumava realizar meu planejamento por projetos de trabalho, onde eu selecionava os conceitos e procedimentos a serem feitos para atingir os objetivos elencados, mostrava aos alunos as fontes onde eles deveriam pesquisar. Ou seja, o planejamento era totalmente delineado para atingir um fim já determinado. Utilizando os PAs sabíamos apenas sobre a pergunta da partida, mas durante a trajetória apareciam muitos caminhos e assuntos que se interligavam e complementavam.
Esse fator foi o que mais me aguçou durante todo o período de estágio, a metodologia dos PAs principalmente com crianças em processo de alfabetização.
A metologia dos Projetos de Aprendizagem me instiga a questionar frequentemente: Como criar estratégias em sala de aula que possibilite o domínio do código escrito com o PA?
E ainda, como alunos não alfabetizados poderão ler e escrever suas certezas e dúvidas durante os PAs? E por fim: Como e onde eles vão buscar informações se não sabem ler e escrever?
Após algumas aulas no estágio decidi colocar em prática estas dúvidas onde as mesmas foram sendo testadas durante o desenvolvimento do PA com meus alunos.
Sendo assim é minha pretenção abordar este tema no Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, no qual acredito poder dar testemunho da minha própria experiência e relatar sobre a resistência em me permitir inovar, o resgate do meu desafio para contribuir com a construção do conhecimento com os PAs partindo da minha vivência.
















CONSIDERAÇÕES FINAIS
Numa escola crítica, criativa e construtiva, tanto o professor como os alunos são considerados sujeitos ativos no processo pedagógico, que se caracteriza por uma troca efetiva de experiências, na construção do conhecimento. De modo geral, o aluno é visto como alguém que depende do professor e do qual é esperada a assimilação passiva do conhecimento que lhe é transmitido. A formação continuada dos professores demonstra a necessidade de inovar o ensino, tornando as aulas mais práticas e produtivas, levando o aluno a sentir-se como construtor do conhecimento.
A dinâmica mundial se reflete constantemente no ensino, pois, a explosão tecnológica apresenta novas exigências a cada instante tanto a escola como professores devem estar acompanhando estas mudanças.
Os alunos necessitam cada vez mais de novas propostas metodológicas, para que sejam motivados e não esquecidos como sujeitos diretos das transformações que acontecem no mundo, pois são agentes responsáveis pelo futuro.
Não é tarefa fácil, pois são décadas de metodologias tradicionais, mas a participação e a evolução do ensino e a formação dos professores na área da educação caminha para o futuro, onde os PROJETOS DE APRENDIZAGENS começam a fazer parte permanente da prática pedagógica.





SONHOS PARA O FUTURO

Pretendo contribuir para a construção de uma sociedade em bases democráticas, onde a justiça social seja um bem de todos e de maneira qualitativa, desenvolvendo uma prática investigativa, reflexiva voltado para uma educação interdisciplinar e tendo como meta almejada o “APRENDER A APRENDER”.













REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Marie Jane; NEVADO, Rosane Aragon de; MENEZES, Crediné SILVA de Educação à distância mediada pela internet: Uma abordagem Interdisciplinar na Formação de Professores em serviço.

CARVALHO, Marie Jane; NEVADO, Rosane Aragon de; MENEZES, Credine Silva de; “Arquiteturas Pedagógicas para a Educação à distância: Concepções e Suporte Telemático.

FERREIRO, E. Matéria Alfabetização e Cultura Escrita. Nova Escola, São Paulo, Abril, maio de 2003. p.27-30.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia Saberes necessários à prática educativa. 13 ed. Paz e Terra: São Paulo, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 13.ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1983.

SOARES, Magda. Letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.










ANEXOS

Blog do grupo “Força G”...............................
..........................................
A
Texto dos alunos respondendo a nova........ questão
….......................................
B
Texto coletivo do grupo “Beija-Flor”.............
….......................................
C
Texto coletivo do grupo “Rolinha”.............
….......................................
D
Texto em letra de forma ..............................
….......................................
E
Mapas – legendas, tempo e espaço...........
….......................................
F
Mapas- legendas, tempo e espaço..............
….......................................
G
Texto Coletivo........... ..................................
….......................................
H
Texto coletivo – Grupo Rolinha ...................
….......................................
I
Trabalho dos alunos durante os Pas............
….......................................
J
Mapa da sala de Aula..................................
….......................................
K
Trabalho dos Alunos ..................................
….......................................
L
Blog do grupo da gelatina...........................
….......................................
M
Cores do Brasil durante PA.........................
..........................................
N
Foto da Escola ............................................
..........................................
O

















Anexo A
Blog do Grupo “Força G” - dentro deste blog eram colocados as produções dos alunos do grupo.














Anexo B




Anexo C
Texto coletivo do grupo “Beija-Flor” (criaram muitas hipóteses sobre a escrita”












Anexo D
Texto coletivo do grupo Rolinha




Anexo E
O grupo teve interesse de apresentar seu texto em letra de forma









Anexo F
Mapa, sala de aula, legenda, tempo e espaço.















Anexo G
Mapa feito pelo Grupo Beija Flor















Anexo H
Texto grupo “Força G”










Anexo I













Anexo J
















Anexo K
Mapa da sala de aula produzido pelos alunos














Anexo L
Trabalho dos alunos realizado durante os Pas – países participantes














Anexo M
Trabalho Grupo Rolinha - PA















Anexo N
















Anexo O



Anexo O